terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eu comigo mesmo


Tocando em frente - Almir Sater

 

Amar o que eu sou
Todo indivisível que constitui o ser e o acontecer no meu corpo, no espaço e no tempo.
Amar as coisas que eu estou fazendo e o modo como eu faço.
Amar as minhas limitações, como amo minhas possibilidades, e nos meus acertos e erros, amar os meus projetos que vai se transformando em obra, no trabalho da construção em mim mesmo.
Amar-me como eu estou aqui e agora. Vivendo a vida simplesmente, naturalmente com o ar que eu respiro o chão que eu piso as estrelas que eu sonho.
Ás vezes gostar de mim é um desafio, uma prova de fogo que revela se eu realmente me amo ou apenas finjo amar-me.
Gostar de mim na perda, quando ávida me fechar uma porta sem nenhum aviso ou explicação.
Gostar de mim quando erro, quando fracasso, quando não dou conta dos afazeres, quando não faço bem feito, e ainda encontro quem me critique ou zombe de mim por eu ter sido apenas o que sou:
- Limitado, vulnerável, imperfeito, humano.
Gostar de mim no fundo do poço, cabeça a mil, coração a zero, e ainda ser capaz de ouvir e de respeitar as referencias do meu próprio corpo como um amigo fiel, atento e carinhoso.
Estar comigo e me fazer companhia quando mais ninguém parece estar disposto a me escolher e me aceitar.
Estar do meu lado, ainda que tudo e todos permaneçam contra mim.
Minha vida me pertence de fato e de direito, e posso me dispor dela da maneira que eu bem entender. Se a minha escolha não for semelhante à sua não posso me entristecer, nem devo me sentir infeliz por não receber o seu aplauso:
- eu sou eu, você é você.
Não é preciso que eu me justifique com você a todo momento, buscando a sua aprovação para que eu faço, e para o modo que estou fazendo:
- Amar é reconhecer e aceitar as nossas diferenças e me amar é dar-me o direito de ser diferente, ainda que as vezes isso represente ser rejeitado por você.
Amar-me é responder presente à chamado de presente. Estar presente é estar inteiro e estar é estar consciente das partes nem sempre lógicas e coerentes que constituem o meu ser aqui e agora.
Estar presente é respirar. Perder o fôlego é fatal;
- Morro para a vida agora em nome de alguma coisa que eu penso estar me faltando, que eu penso que me faltara.
Meu trilema: QUERER, PODER e DEVER .
Ás vezes quero, mas não posso.
Às vezes posso, mas não devo.
Ás vezes devo, mas não quero.
Gostar de mim é não usar aquilo que eu devo como desculpa para coisas que eu realmente não posso.
Gostar de mim é ser capaz de me sentir antes de pensar.
Gostar de mim é mergulhar na dor que me chega ao invés de evita-la a todo custo.
O que sinto, o que faço, de onde eu vim, para onde eu vou é no outro que traço o perfil que eu sou.
Observo meu ritmo, a maneira pela qual existo e funciono como pessoa.
- Sou um processo em permanente transformação
Trata-se de minha vida, da única coisa que eu sou e possuo neste mundo, posso fazer dela o que quiser:
- Viver do meu modo, segundo meu ritmo, correndo o risco de desagradar umas tantas pessoas, ou submeter-me a vontade dos outros, correndo o risco de sentir-me traído e abandonado em relação a mim mesmo, posso me decidir por mim ou me decidir pelos outros.
Mas qualquer que seja a minha escolha terei que carregar sozinho o peso de minha decisão.
Para lhe dizer EU TE AMO devo aprender a dizer EU ME AMO, do contrario meu amor por você é apenas uma desculpa, um artificio para conserva-lo na minha coleção particular de objetos uteis.
Antes de alguém existe EU, sem que isso signifique presunção da minha parte ou menosprezo pela pessoa. E Embora sinta-se feliz em estar com a pessoa, esteja CONTIGO, não lá, num lugar imaginário de encontros, mas AQUI, AGORA.
(Geraldo Eustaquio de Souza)

Pois é galerinha do bem
Eu já tive minha fase Roberto Carlos (Corro de mais), hoje estou mais Almir Sater
Ando devagar por que já tive pressa
Levo esse sorriso por que já chorei demais

Beijos até a proxima
Ale

4 comentários:

  1. Gosto muito das coisas que você escreve no Blog ALE, fala da realidade sem medo, sem receio... sutilmente.
    Parabéns pelo BLOG!

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  2. Oi,
    Eu tbm estou na versão Almir Sater, por incrível que pareça. Há quem diga que quando o amor é verdadeiro não existe sofrimento... Penso exatamente o contrário, o amor é sinônimo de sofrimento.

    Ameiiiii :) conseguiste deixar tua alma e teu coração te levar... Lindo!
    Inclusive essa postagem é muito parecida comigo, me identifiquei muito, de verdade. Até parece ter sido escrita por mim, rsrs.
    "Meu trilema: QUERER, PODER e DEVER"

    Beijos, meu querido!!

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  3. Um abraço carinhoso daqui de Minas. Num dia especial... como todos , um dia prá eu cuidar de mim, de maneira doce e carinhoso como um dia eu aprendi a cuidar do outro. Um dia pra "chamar de meu" Obriga do Ale!!!

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