quarta-feira, 2 de março de 2011

Real ou Virtual


The power off love (tema do filme De volta para o futuro) - Huey Lewis & The News



Fala Galerinha do bem
Logo que montei esse blog estava pensando em algo para escrever relacionado a “MUNDO VIRTUAL”, ai analisando situações, mais um email que recebi de minha amiga Neh resolvi postar algo do gênero, alguns concordaram outros não, mas é assim que vejo.
O mundo Virtual realiza um sonho impossível de se estar em vários lugares ao mesmo tempo, talvez por isso exerça tanto fascínio nas pessoas que podem direcionar seu discurso há muitos em uma velocidade incrível, se eu estiver errado, quero entender os incontáveis número de pessoas que aderiram ao Orkut, Facebook, Badoo, ou outros sites de relacionamentos, só para ter o prazer de descrever seu perfil, publicar fotografias e manter-se em contato com gente de todo mundo (me coloco nesses inúmeros usuários), Esses sites permitem encontrar e ser encontrado, satisfazendo para muitos o prazer do exibicionismo e do voyeur.
Parece que ao tratar de relacionamento humano, o ambiente virtual funciona quase como um filtro para a vida. Não oferece riscos aparentes (idiota aquele que pensar assim), não somos ameaçados com uma arma na cabeça e nem roubados (lógico se nunca dermos os dados de nossa conta bancaria ou de cartão de credito). Muitas pessoas ingênuas ou desavisadas tomaram belos prejuízos, esses sim bem reais ao dar informações sigilosas a bandidos que usam a internet para cometer assaltos e que usam o teclado como armas. Ai entra a questão identidade, como as pessoas se expõe e se revelam para a internet.
As pessoas se quisessem poderiam mostra-se como são, mas é tão divertido ser outro, criar nomes, fazer uma maquiagem, criar uma mascara, se tornar um super herói (você pode ate ver alguém com nome de vilão, mas será 1 entre 1000) para entrar na internet. Muitos são malhados, bonitos, financeiramente estáveis, com muita disposição para os esportes e que geralmente não passam dos 30 anos de idade, sem vícios, mostram uma vida muito diferente da real (ai mora o perigo, não conhecemos quem esta do outro lado e sua real intenção). Num ambiente assim, quem se mostra de maneira sincera é que parece personagem, o real chega quase a assumir status de personagem, difícil assim distinguir o personagem do ser real.
Eu particularmente já não sei se estou falando de um mundo de vidas reais num ambiente virtual ou mundo de vidas virtuais num ambiente real. A certeza é a de que minha opção foi ser sempre real, a opção de não entrar em uma casca, não vestir uma mascara, uma armadura, mostrar quem sou realmente, sem falsas expectativas, ser simplesmente eu, e não fazer de uma tela de computador uma fuga para meus problemas, e sim unicamente diversão
Abaixo segue um texto que recebi de minha amiga Neh, e que fez eu pensar um pouquinho, o quanto estamos dando importância a um mundo virtual e esquecendo do nosso mundo real
Beijos galerinha do bem
Até a próxima
Ale

DÁ UM TROCADO TIO?
Entrei apressado e com muita fome em um restaurante, escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria aproveitar os pouco minutos que dispunha naquele dia, para comer e acertar alguns “bugs” de programação em um sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de férias, coisas que a tempo que não sei que são.
Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um suco de laranja. Afinal fome é fome, mas regime é regime não é?
Abri meu notbook e tomei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
- Senhor, tem umas moedinhas?
- Não tenho
- Só uma moedinha para comprar um pão (disse o menino)
- Tá bem, eu compro um então.
Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail´s. fico distraído a olhar poesias, as formatações lindas, rindo com piadas malucas “Ah! Essa música me leva até Londres e às boas lembranças de um tempo áureo.”
- Senhor, peça para colocar manteiga ou queijo.
Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois me deixe trabalhar, estou muito ocupado, esta bem?
Chega a minha refeição e com ela meu mal estar. Faço o pedido do menino, e o empregado pergunta0me se quero que mande o menino embora. O peso na consciência, me impede de dizer. Digo que está tudo bem, deixe-o ficar, que traga o pão e, mais uma refeição decente para ele.
Então sentou-se à minha frente e perguntou:
- O que o senhor esta fazendo?
- São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet – sabia que ele não ia entender nada, mas, ao título de me livrar de questionamentos disse - .
- É como se fosse uma carta, só que via Internet.
- Senhor, você tem internet?
- Tenho sim! É essencial no mundo de hoje.
- O que é internet?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, noticias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem de tudo no mundo virtual.
- O que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele pouco vai entender e iria me deixar almoçar sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar, pegar... É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.
- Que legal isso. Gostei!
- Garoto, entendeu o que significa virtual?
- Sim, eu também vivo nesse mundo virtual.
_ Tem computador?! Exclamo
- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira...virtual. A minha mãe fica o dia todo fora, chega muito tarde. Quase não a vejo, enquanto eu cuido do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para beber para ele pensar que é sopa. A minha irmã mais velha sai todo dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, ela sempre volta com o corpo para casa. O meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal e eu estudando em uma escola para ser medico um dia. Isto é virtual não é senhor?
Fechei meu Notbook, mas não foi a tempo de impedir que as lagrimas caíssem sobre o teclado. Esperei o que o menino acabasse de literalmente “devorar” o prato dele, paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um “Bigado Senhor, você é muito simpático”.
Ali naquele instante, tive a maior prova de virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!
(texto enviado pela minha amiga Neh)

3 comentários:

  1. Parabéns Ale! Vc consegue fazer bom uso desse meio que hj une incontáveis usuários, divulgando textos que nos remete a uma profunda reflexão:
    Enquanto o mundo virtual está bem abastado de "anjos", "beijinhos", e "miguinhos", o mundo real está carente de pão e afeto.
    Valeu, sucesso sempre.......

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  2. Texto lindamente perturbador Alexandre... o mundo virtual tem sim suas qualidades, mas tb tem o perigo de nos afastar do real...

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  3. MUITO INTERESSANTE E VERDADEIRO ... E CONHEÇO UMA PESSOA QUE ESTA FAZENDO TRATAMENTO COM PSICOLOGO POR ESTAR VICIADA NA NET...MUNDO VIRTUAL TEM QUE SABER USAR ... O MAIOR PERIGO SAO CRIANÇAS VICIADAS NA NET...E OS CULPADOS CADE?

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